Trends in Psychiatry and Psychotherapy
https://trends.org.br/article/doi/10.1590/2237-6089-2013-0063
Trends in Psychiatry and Psychotherapy
Brief Communication

Profile of patients treated with malariotherapy in a psychiatric hospital in Porto Alegre, Brazil: a historical note

Perfil dos pacientes tratados com malarioterapia em hospital psiquiátrico de Porto Alegre: nota histórica

Guilherme Astor Torres; Maria Helena Itaqui Lopes; Edson Medeiros Cheuiche; Luiz Gustavo Guilhermano

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Abstract

Introduction: Malariotherapy was a treatment to cure neurosyphilis developed in 1917 by Wagner-Jauregg, by inoculating blood infected with malaria in patients with neurosyphilis. The patient had febrile episodes that often cured him of the syphilitic infection. This treatment won the Nobel Prize in Medicine in 1927 and it was introduced in Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP) in 1929.Methods: This is a descriptive retrospective cross-sectional study with collection of historical secondary data. Data were collected from a sample of 19 medical records of patients treated with malariotherapy in HPSP, in 1929 and 1930.Results: Most patients were white men aged from 25 to 40 years. The mean length of hospital stay was 1.4 year and the outcomes at this early application of malariotherapy were mostly negative (63.2% died).Discussion: The 19 cases evaluated in this study refer to the first year of application of malariotherapy in HPSP. The statistics available on the total number of dead and cured people over the 10 years this therapy was deployed suggest that the outcomes were better in the subsequent years, possibly due to improvement of technique. As a consequence of this innovative research, which had as its principle reorganizing the central nervous system by using the seizure triggered by malaria fever, other forms of shock therapies were developed, such as insulin therapy, cardiazol shock therapy, and electroconvulsive therapy.

Keywords

Neurosyphilis, malaria fever therapy, Wagner-Jauregg

Resumo

Introdução: A malarioterapia foi um tratamento para a cura da neurossífilis desenvolvido em 1917 por Wagner-Jauregg, através da inoculação de sangue contaminado pela malária em pacientes com neurossífilis. O paciente apresentava episódios febris que, muitas vezes, curavam-no da infecção sifilítica. Esse tratamento recebeu o Prêmio Nobel de Medicina em 1927 e foi introduzido no Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP) em 1929.Métodos: Este é um estudo transversal retrospectivo descritivo com coleta de dados secundários históricos. Foram coletados dados de uma amostra de 19 prontuários médicos de pacientes tratados com malarioterapia no HPSP, em 1929 e 1930.Resultados: A maioria dos pacientes eram homens brancos com idades entre 25 e 40 anos. O tempo médio de internação foi de 1,4 ano e os desfechos nesse início de aplicação da malarioterapia foram majoritariamente negativos (63,2% foram a óbito).Discussão: Os 19 casos avaliados neste estudo referem-se ao primeiro ano de aplicação da malarioterapia no HPSP. As estatísticas existentes sobre o total de curados e mortos ao longo dos 10 anos de implantação dessa terapêutica sugerem que os desfechos dos anos seguintes foram melhores, possivelmente pelo aprimoramento da técnica. Como consequência dessa pesquisa inovadora, que tinha como princípio reorganizar o sistema nervoso central por meio da convulsão desencadeada pela febre da malária, outras formas de terapias de choque foram desenvolvidas, tais como a insulinoterapia, o choque por cardiazol e a eletroconvulsoterapia.

Palavras-chave

Neurossífilis, terapia com febre malárica, Wagner-Jauregg

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