Trends in Psychiatry and Psychotherapy
https://trends.org.br/article/doi/10.1590/S2237-60892013000100005
Trends in Psychiatry and Psychotherapy
Original Article

Treatment of female and male inpatient crack users: a qualitative study

Tratamento de mulheres e homens usuários de crack internados: um estudo qualitativo

Rosemeri Siqueira Pedroso; Félix Kessler; Flavio Pechansky

Downloads: 0
Views: 403

Abstract

OBJECTIVE: To map treatment trajectories in a sample of male and female crack users through their narratives about the course of treatment seeking and their attempts to access health care services in Brazil. METHODS: Qualitative study of a purposive sample (five female and nine male hospitalized crack users) using semi-structured interviews. The interviews were transcribed and data explored using content analysis. RESULTS: Respondents reported difficulties getting access to hospitalization, relapse after discharge, and abandonment of treatment. There seems to be a peculiar model of behavior for women and men while dealing with craving for crack: while women got involved with prostitution and consequently became infected with HIV, every men of the sample reported criminal involvement. CONCLUSIONS: The relationship between relapse and a social environment conducive to consumption, associated with belief or disbelief in spiritual support, prostitution, and the legal complications arising from the use of crack, are relevant issues and should be taken into consideration in the development of preventive actions aimed at this specific population.

Keywords

Treatment, crack, drug users, treatment services, treatment access, qualitative study

Resumo

OBJETIVO: Mapear as trajetórias de tratamento em uma amostra de homens e mulheres usuários de crack, através de suas narrativas acerca do percurso de busca por tratamento e suas tentativas de ter acesso ao sistema de saúde brasileiro. MÉTODO: Estudo qualitativo de uma amostra intencional (cinco mulheres e nove homens usuários de crack internados) utilizando entrevistas semiestruturadas. As entrevistas foram transcritas e os dados explorados utilizando-se a técnica de análise de conteúdo. RESULTADOS: Os entrevistados referiram dificuldades em obter acesso à internação, recaídas após a alta e abandono do tratamento. Parece existir um modelo de comportamento peculiar às mulheres e aos homens para lidar com a fissura pelo crack: enquanto as mulheres se prostituíram e, consequentemente, infectaram-se pelo HIV, todos os homens da amostra referiram envolvimento com o crime. CONCLUSÕES: As relações entre recaída e um ambiente social propício ao consumo, associadas a crença ou descrença em um auxílio espiritual, prostituição e às complicações legais decorrentes do uso de crack, são pontos relevantes e devem ser levados em consideração no desenvolvimento de ações preventivas voltadas a essa população específica.

Palavras-chave

Tratamento, crack, usuários de drogas, serviços de tratamento, acesso ao tratamento, estudo qualitativo

References

Ferri CP, Laranjeira RR, da Silveira DA, Dunn J, Formigoni ML. Aumento da procura de tratamento por usuários de crack em dois ambulatórios na cidade de São Paulo: nos anos de 1990 a 1993. Rev Assoc Med Bras. 1997;43:25-8.

Siegal HA, Falck RS, Wang J, Carlson RG. Predictors of drug abuse treatment entry among crack-cocaine smokers. Drug Alcohol Depend. 2002;68:159-66.

Siegal HA, Li L, Rapp RC. Abstinence trajectories among treated crack cocaine users. Addict Behav. 2002;27:437-49.

Falk R, Wang J, Carlson R. Crack cocaine trajectories among users in a midwestern American city. Addiction. 2007;102:1421-31.

Hser YI, Longshore D, Anglin MD. The life course perspective on drug use: a conceptual framework for understanding drug use trajectories. Eval Rev. 2007;31:515-47.

Nappo SA, Sanchez Z, De Oliveira LG. Crack, AIDS, and women in São Paulo, Brazil. Subst Use Misuse. 2011;46:476-85.

Patton M. Qualitative evaluation and research methods. 1990.

Diaz A, Barruti M, Doncel C. The line of the success?: A study on the nature and extent of cocaine use in Barcelona. 1992.

Minayo M. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 1993.

Melotto P. Trajetórias e usos de crack: estudo antropológico sobre trajetórias de usuários de crack no contexto de bairros populares de São Leopoldo, RS. 2009.

Fontanella BJ, Luchesi BM, Saidel MG, Ricas J, Turato ER, Melo DG. Amostragem em pesquisas qualitativas: proposta de procedimentos para constatar saturação teórica. Cad Saude Publica. 2011;27:389-94.

Biernacki P, Waldorf D. Snowball sampling: problems and techniques of chain referral sampling. Sociol Methods Res. 1981;10:141-63.

Iervolino SA, Pelicioni MC. The use of focal groups as qualitative method in health promotion. Rev Esc Enferm USP. 2001;35:115-21.

Bardin L. Análise de conteúdo. 2009.

Sanchez ZM, de Oliveira LG, Ribeiro LA, Nappo SA. The role of information as a preventive drug measure among youth at risk. Cienc Saude Coletiva. 2011;16(^s1):1257-66.

Oliveira L, Nappo S. Crack na cidade de São Paulo: acessibilidade, estratégias de mercado e formas de uso. Rev Psiquiatr Clin. 2008;35:212-8.

Moreira F, Silveira D, Andreoli S. Situações relacionadas ao uso indevido de drogas nas escolas públicas da cidade de São Paulo. Rev Saude Publica. 2006;40:810-7.

Ferreira Filho O, Turchi M, Laranjeira R, Castelo A. Perfil sociodemográfico e de padrões de uso entre dependentes de cocaína hospitalizados. Rev Saude Publica. 2003;37:751-9.

Pratta EM, Santos MA. Uso de drogas na família e avaliação do relacionamento com os pais segundo adolescentes do ensino médio. Psico. 2009;40:32-41.

Hidalgo Carmona CG, Santis Barros R, Rodríguez Tobar J, Hayden Canobra V, Anselmo Montequín E. Family functioning of out-of-treatment cocaine base paste and cocaine hydrochloride users. Addict Behav. 2008;33:866-79.

Oliveira L, Nappo S. Caracterização da cultura de crack na cidade de São Paulo: padrão de uso controlado. Rev Saude Publica. 2008;42:664-7.

Degenhardt L, Coffey C, Carlin JB, Swift W, Moore E, Patton GC. Outcomes of occasional cannabis use in adolescence: 10-year follow-up study in Victoria, Australia. Br J Psychiatry. 2010;196:290-5.

Fergusson DM, Boden JM, Horwood LJ. Cannabis use and other illicit drug use: testing the cannabis gateway hypothesis. Addiction. 2006;101:556-69.

Chaney EF, O’Leary MR, Marlatt GA. Skill training with alcoholics. J Consult Clin Psychol. 1978;46:1092-104.

Fox HC, Axelrod SR, Paliwal P, Sleeper J, Sinha R. Difficulties in emotion regulation and impulse control during cocaine abstinence. Drug Alcohol Depend. 2007;89:298-301.

Araujo RB, Pansard M, Boeira B, Rocha N. As estratégias de coping para o manejo da fissura de dependentes de crack. Rev HCPA. 2010;30:36-42.

Ribeiro LA, Sanchez ZM, Nappo SA. Surviving crack: a qualitative study of the strategies and tactics developed by Brazilian users to deal with the risks associated with the drug. BMC Public Health. 2010;10:671-81.

Moraes M. O modelo de atenção integral à saúde para tratamento de problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas: percepções de usuários, acompanhantes e profissionais. Cienc Saude Coletiva. 2008;13:121-33.

Rameh de Albuquerque R. Casas do meio do caminho: um relato da experiência de Recife na busca da atenção integral à saúde dos usuários de álcool, fumo e outras drogas. 2008.

Guimarães C, Santos D, Freitas R, Araujo R. Perfil do usuário de crack e fatores relacionados à criminalidade em unidade de internação para desintoxicação no Hospital Psiquiátrico São Pedro de Porto Alegre (RS). Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2008;30:1-8.

Silva C, Kolling N, Carvalho J, Cunha S, Kristensen C. Comorbidade psiquiátrica em dependentes de cocaína/crack e alcoolistas: um estudo exploratório. Aletheia. 2009;30:101-12.

Sanchez ZM, Oliveira LG, Nappo AS. Fatores protetores de adolescentes contra o uso de drogas com ênfase na religiosidade. Cienc Saude Coletiva. 2004;9:43-55.

Pechansky F, Kessler F, Von Diemen L, Bumaquin D, Surrat H, Inciardi J. Brazilian female crack users show elevated serum aluminium levels. Rev Bras Psiquiatr. 2007;29:39-42.

Nunes CL, Andrade T, Galvão-Castro B, Bastos FI, Reingold A. Assessing risk behaviors and prevalence of sexually transmitted and blood-borne infections among female crack cocaine users inSalvador--Bahia, Brazil. Braz J Infect Dis. 2007;11:561-6.

Malta M, Monteiro S, Lima R, Bauken S, Mrco A, Zuim G. HIV/AIDS risk among female sex workers who use crack in souther Brazil. Rev Saude Publica. 2008;42:830-7.

Carvalho HB, Seibel SD. Crack cocaine use and its relationship with violence and HIV. Clinics. 2009;64:857-66.

Von Diemen L, De Boni R, Kessler F, Benzano D, Pechansky F. Risk behaviors for HCV- and HIV-seroprevalence among female crack users in Porto Alegre, Brazil. Arch Womens Ment Health. 2010;13:185-91.

Ribeiro M, Dunn J, Sesso R, Dias A, Laranjeira R. Causes of death among crack cocaine users. Rev Bras Psiquiatr. 2006;28:196-202.

Bungay V. Women's health and use of crack cocaine in context: structural and 'everyday' violence. Int J Drug Policy. 2010;21:321-4.

Reuben J, Serio-Chapman C, Welsh C, Matens R, Sherman S. Correlates of current transactional sex among a sample of female exotic dancers in Baltimore, MD. J Urban Health. 2011;88:342-51.

616b1beda9539531734a3142 trends Articles
Links & Downloads

Trends Psychiatry Psychother

Share this page
Page Sections